sábado, 1 de setembro de 2012

Coisas da Vida: O que é o amor?


Que outra pergunta cutucaria tanto a minha cabeça?



Falando sério mesmo, por muito tempo eu nem soube o que é se apaixonar. Tive uma infância muito saudável, brincadeiras, aprendizados e tudo o mais, quando tinha 8 anos fiquei de paixonite por uma colega de sala. É claro que era bem inocente, sem toda essa sexualidade que a gente vem a adquirir durante a puberdade, mas não passava disso, um amor platônico. Mas nem sei se chegou a ser um amor mesmo. Mas eu a considero como sendo minha primeira paixonite. Fato engraçado é que quando tinha 11 anos, nos tornamos amigaços e isso tudo meio que passou depois.

E ficou nisso mesmo por bastante tempo. A puberdade chegou mais tarde pra mim do que chegou a meus colegas de turma, então enquanto estavam todos já pensando naquilo, eu ainda estava curtindo minha "infância". Era só video-game, escola, amigos, comer e dormir. Mas, quando foi chegando esses desejos, essa vontade, por algum motivo, eu sentia uma necessidade de fugir de tudo isso. Um medo, uma apreensão. Nem sabia por que. Quando eu comecei a me descobrir e a entender a causa disso tudo, minha atração e curiosidade por outros meninos, senti uma necessidade de escapar ainda maior.

Então, quando o assunto era "verdade ou consequência", "quem ficou com quem", "vamos pra festinha" ou qualquer coisa que tinha a mínima chance de ter algum envolvimento nisso, eu passava longe. Não sei se foi por causa disso ou por causa do meu jeito de ser mesmo, eu nunca cheguei a ficar de amores por ninguém.

Só quando tinha uns 15 ou 16 anos, tive uma quedinha muito rápida por um amigo que eu tinha. Depois de pouco tempo, descobri que ele era um idiota, então desencantei tanto pronto. Nem amigo meu ele continuou sendo e vice-versa. Com 17 anos tive até uma quedinha por uma amiga minha, nem sei direito se era quedinha mesmo ou eu em negação, mas acho que isso tem papo pra outro tópico.

E assim foi por MUITO tempo. Terminou ensino médio, começou a faculdade e nada mudou. Já até apareceu alguém afim de mim, mas eu nem aí. Deixava pra lá, tá beleza. Me esquivava e fingia que nada tava acontecendo. Vamos deixar no status quo.

Até que um dia, já com 21 anos, eu fui vendo algo a mais num colega que eu tinha numa atividade que fazíamos. Fomos nos aproximando e nos tornamos amigos do peito. Chegou ao ponto de nos vermos praticamente todos os dias durante alguns meses, mesmo esse contato não sendo necessário dentro dessa atividade que tínhamos em comum. Eu, que nunca tinha passado por isso, fui me deixando levar, até que me vi completamente encantado por essa figura. Ao ponto de escrever poemas, compor canções, ficar feliz quando está feliz e compadecer da dor, estar lá para o que der e vier. Por um tempo foi até bom, mas aí chegou num tempo que essa retribuição de "brother" que ele tinha para comigo não me era mais suficiente. Já era. Estava apaixonado pela primeira vez.
Fonte da Imagem: Flickr

Aí batia aquela angústia por sentir algo que talvez não fosse correspondido. Passei por um período escroto, onde não era preciso muito para me deixar completamente abalado. Ficava obcecado procurando a mínima pista que ele pudesse dar de que retribuía do meu sentimento. Estar com ele era, ao mesmo tempo, maravilhoso e torturante.

Levei essa situação por muito tempo, até que um dia resolvi contar pra ele como eu me sentia. E depois disso nossa relação nunca foi a mesma. Não por ele ter algum tipo de preconceito. Ele de se declara hétero, e é super ok com essas coisas. Mas ele também era muito imaturo, como eu. Nenhum de nós sabia direito como se portar mais e, apesar da vontade mútua de levar as coisas como eram antes, não conseguíamos. Ele levava de boa a vida dele, mas eu vivia me torturando. E isso não era bom. Resolvi me afastar para ver se tirava ele da cabeça e nessa estou hoje.

Ainda penso muito nele, de todas as formas possíveis. Não sei como esquecer, como deixar pra lá, sabe? É algo para o qual eu não estava preparado e ainda não sei ao certo como lidar com a situação. Mas vou aprendendo aos poucos. E vamos ver o que o futuro nos traz...

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E é isso por hoje. Decidi fazer um post mais íntimo, pessoal. Ficou meio grande, eu sei... talvez da próxima vez eu escolha um assunto mais pontual e seja mais conciso. Também percebi que que não cheguei nem perto de responder ou botar a pergunta do título do texto em questão. Talvez no futuro eu faça um "O que é o amor II" e discuta mais precisamente sobre isso.

Outra coisa que eu notei liguei bastante em alguns pedaços do texto a questão do amor com a da sexualidade. Gostaria de perguntar a opinião de vocês sobre isso. Deixando bem claro que, por sexualidade, não quero dizer exatamente o ato sexual (coito ou qualquer palavra que vocês queiram usar para determinar isso) mas tudo que envolve isso, sabe?

Abraços, beijos e até a próxima!

4 comentários:

  1. Olha, não me sinto capaz de dar uma opinião mais aprofundada, mas eu penso assim: isso que você tem/teve com esse rapaz é um “amor adolescente”. Aconteceu um pouco mais tarde, por tudo o que você mesmo colocou, sua negação, seus conflitos, tudo isso. Sobre essa coisa de amor e sexualidade, não encane com isso! Amor de verdade é tudo! É um sentimento tão especial que você não conseguirá mais separar nada... o que é companheirismo, o que é tesão, o que é encontro de almas... enfim, não tenha pressa, isso simplesmente acontece.

    Outra coisa: não se preocupe se o post ficou longo ou curto, isso é o que menos importa. Escreva até o ponto em que sentir a necessidade de escrever, nada mais, nada menos, certo?

    Abraços.

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    1. Pois é, cara. Um brother usou outras palavras, mas falou essa mesma coisa. É tipo um "amor adolescente".
      Sabe... eu não discordo de você. Às vezes é "só" isso mesmo.

      Minha preocupação de o post ter ficado longo é pelo seguinte: Eu tenho planos de fazer algo que eu mesmo curtiria acompanhar e eu às vezes tenho preguiça de textos grandes. Geralmente eu deixo pra ler textos maiores se eu já li algo e tenho interesse em acompanhar o blog.

      Abraço e obrigado por acompanhar! :)

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  2. Bem complicado. Cada pessoa precisa de um tempo distinto pra amadurecer ou adquirir auto confiança. Acho que a sexualidade caminha junto com tudo isso. Tendo amor próprio, auto- confiança e "ligando o foda- se " de vez em quando, tudo fica mais fácil.

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    1. É exatamente o que você disse! Amor próprio, auto-confiança e ligar o foda-se são coisas que eu tô finalmente aprendendo a fazer.
      O caminho é confuso e o tempo é incerto, mas tamos aí, firmes e fortes pro que o futuro nos reserva!
      abraço!

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