sábado, 16 de março de 2013

Coisas da Vida - Preconceito, hipocrisia e males à sociedade

Brasil, um pais de oportunidade. Onde a diferença e a diversidade são características marcantes e profundamente valorizadas... Bom... todos sabemos que não é bem assim, não é?

"Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro!
Transformam um País inteiro num puteiro, pois assim se ganha mais dinheiro!
A tua piscina está cheia de ratos, tuas ideias não correspondem aos fatos"

Num país que se diz mulato, que diz que abraça sua origem africana, mas o negro ainda ganha significativamente menos que o branco e ainda somos rodeados de expressões como "dia de branco", querendo dizer dia de trabalho ou "trabalho de preto" querendo dizer trabalho preguiçoso e/ou mal-feito, hemos de convir que questões como o preconceito étnico (me recuso a usar a expressão "racismo" ou "preconceito racial") não são águas passadas.

E se a questão do homem negro, uma luta tão antiga, ainda é tão mal-resolvida, o que vamos dizer da questão da homossexualidade, uma luta que já é até antiga, mas cuja visibilidade é tão recente...

Hipocrisia é realmente um grande nome aqui por essas bandas. Eu acho incrível como o lado opressor consegue virar a mesa e se vitimizar. De repente, é o gay que é agressivo, é o homossexual que quer "impor" seu "estilo de vida" e "converter" os heterossexuais. É... até hoje não vi um garoto espancado e deixado à margem da sociedade porque gosta de comer buceta...

E pessoas que não seguem metade dos ensinamentos de suas religiões ficam inventando motivos cristãos para justificar o erro que é o homossexualismo. E usam de base um mesmo livro da bíblia que diz besteiras ultrapassadas e absurdos, como por exemplo, que cortar os pêlos do corpo é pecado. Bom... sempre vejo os pastores e padres de barba muito bem feita e cabelos muito bem cortados... Vai entender.

Eles dizem adorar um mesmo Jesus que disse "amai ao próximo como a si mesmo", mas adoram através de palavras de ódio e discriminação. Nem prostitutas foram tratadas por Ele com tanto repúdio. E, se prostitutas não são muito bem vistas nem hoje, imagina naquela época!!!

E isso (e váááárias outras coisas) nem é o problema que eu queria tratar nesse texto. Eu só queria dizer o tanto que todo esse ódio, todo esse repúdio é cruel para a própria sociedade, para a própria humanidade. Sabe... um mundo onde pai e filho não podem demonstrar carinho público e já são brutalmente agredidos por parecerem ser homossexuais é um absurdo inaceitável! Imagina só! E "imagina" é até o verbo errado, pois todos sabem muito bem que isso de fato aconteceu!!! PARA ONDE ESTÁ CAMINHANDO ESSA HUMANIDADE??? AMOR VIROU MOTIVO PARA ÓDIO??? UM PAI NÃO PODE ABRAÇAR UM FILHO???

Além de instituições, como a Igreja (católica, evangélica, tudo que é coisa...) que, apesar de muita treta rolar nos bastidores, tem vertentes, propostas e projetos muito válidos, de caridade e fraternidade e todas essas coisas, ficam com a imagem manchada e desgastada por toda essa propagação de uma mensagem toda distorcida, só para tentar fundamentar os ideais de preconceitos, julgamentos e, uma palavra que estou usando bastante neste texto: ódio.

Sabe... é preocupação demais por uma "besteirinha" que as pessoas fazem entre quatro paredes. Uma pessoa não é homossexual no trabalho. Uma pessoa não é homossexual esperando na fila de um banco. Uma pessoa não é homossexual assistindo a uma missa ou culto. A pessoa não está num ato sexual em toda mínima ação do seu dia-a-dia. Por que o que ela faz num quarto fechado, fora da visão de todo mundo conta tanto assim pra tanta gente? Não dá pra entender.

E mesmo o que se faz em público, se não passar de pegar na mão, de carícias ou beijos ternos, não vejo problema. É só uma demonstração de carinho, pô! O que tem de tão errado com carinho? Carinho não necessariamente quer dizer sexo e, tendo um pouco de noção, para não ficar se pegando loucamente como se não houvesse amanhã em público (e isso eu digo tanto homo quanto hétero), tudo é permitido.

Uma mesma sociedade que acha lindo uma criança de quatro, cinco anos dançando na boquinha da garrafa (ah, os anos 90...), ou Créu (ah, os anos 2000...) ou seja lá o sucesso pornô que tá rolando hoje em dia, mas vê muito problema em dois jovens garotos (ou duas jovens garotas) segurando as mãos ou trocando selinhos... é pura hipocrisia, vai!

Falta às pessoas mais reflexão. Às vezes elas só alimentam tanto um ódio e preconceito por pura ignorância e preguiça de pensar. É claro! Tudo já é tão mastigadinho pela TV, pelos padres/pastores e por tudo, que nem é preciso se dar ao trabalho de refletir... ou mesmo de ler e interpretar a bíblia por conta própria. Ou realmente conhecer um pouquinho a realidade gay para poder dizer alguma coisa com propriedade. Pensar pra quê?!?! Já tem milhares de pessoas/mídias que podem fazer isso por nós...

E assim caminha a humanidade... para trás.

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Pois é, galera... esse post eu tô escrevendo há bastante tempo e finalmente concluí. Acabou falando de mais coisa que eu queria e não consegui focar tanto assim no tema que eu queria (como o fato dos pai e filho espancados), mas acho que ficou um bom texto no fim das contas.

Sinto muito pelo texto gigantesco, mas não consegui ser mais conciso que isso :s

Eu queria postar com mais frequência, mas minha vida meio que saiu dos eixos e eu tô tentando colocar de volta. Nem é nada grave. É só questão de gestão de tempo mesmo... Mas agradeço aos leitores e leitoras (se tiver alguma :D ) por se darem ao trabalho de ler todas essas minhas ideias soltas.

Beijos, abraços e até a próxima!

sexta-feira, 8 de março de 2013

Coisas da Vida - Voltando do Sumiço

Sumi, né? Essas últimas três semanas me tiraram do sério. Muita correria. Não tive tempo de passar por aqui pra escrever um texto decente. Eu até consegui entrar pra comentar uma vez ou outra em blogs que eu acompanho, mas tem um monte de leitura pendente ainda.

Fica parecendo que eu abandonei aqui, sei lá... mas tô sempre por perto. Hoje bateu essa vontade de escrever e botar pra fora o que der na telha. Geralmente escrevo os textos no bloco de notas. Demoro algumas horas, em algumas raras ocasiões, dias, desenvolvendo o texto, lutando contra meu déficit de atenção ou então reestruturando o texto, adicionando um adjetivo, verificando alguma ambiguidade ou um monte de coisa. Desta vez, estou escrevendo diretamente no editor do Blogger. Pra falar a verdade, eu não faço ideia do porquê de eu fazer o texto no bloco de notas. Coisa de doido mesmo.

Nem sei o que escrever direito... tenho algumas ideias de textos, mas as desenvolverei mais tarde. Hoje só quero falar. Falar de quê? Sei lá...


Me pego ouvindo Adele. Quanto tempo eu fiquei sem ouvir por puro preconceito. "É só coisa de momento. Daqui a pouco ninguém sabe quem essa é", é o que eu costumava pensar. Mas a guria é boa! Nem tenho certeza ainda se realmente gosto dela, mas adoro esse clima melancólico que tem nas suas canções. Melancolia é comigo mesmo. Mesmo quando estou feliz, tem aqueles momentos que me vejo naqueles pensamentos profundos... Tipo hoje.


Sei lá... eu geralmente culpo a cidade, mas acho que sou eu que sou assim. Meio distante. Excessivamente na minha. Ultimamente eu tenho até estado bastante comunicativo. Converso com as pessoas, me divirto e sou divertido também. Mas, no fim das contas, me vejo sozinho em casa, sem ninguém pra chamar pra sair e nem quem eu possa chamar pra sair, nem que seja só pra bater uns papos. Cadê meus brothers? Meus amigos? Eu ainda tenho algum?

É difícil se sentir tão isolado na cidade. O cara que eu mais curto está muito longe. Queria que fosse tão fácil quanto pegar o primeiro ônibus coletivo para estar do lado dele, mas as coisas nunca são tão fáceis. Estaremos novamente juntos em breve e estou cheio de ansiedade! Talvez seja por isso que eu esteja nesse turbilhão de emoções. Ou talvez seja todo o resto. Uma hora estou ultra feliz. Na próxima, estou super down. Daqui a pouco, estou de boa e assim segue. Ai, que confusão...

Só que eu tô perdendo... o que eu tô perdendo? Não sei. Só sei que tem alguma coisa da qual eu sinto muita falta e parece que está indo e eu tô ficando. Será que isso é loucura demais? E eu, que já estou tão bem, já evoluí tanto desde o ano passado, por que eu fico sentindo que eu tô regredindo? Essa sanfona emocional cansa. Se eu fosse mulher, poderia culpar a TPM e todas essas questões hormonais, mas eu sou homem e não tenho dessas coisas. Tudo é aqui no cabeção mesmo. Tudo é coisa que eu mesmo tenho que resolver comigo mesmo. E como eu farei isso, eu não tenho a mínima ideia.

Bom... acho que por hoje é só. Um texto só e sem comentários finais.

Beijos, abraços e até a próxima!