quinta-feira, 27 de março de 2014

Poesia: Papel em Branco

Era uma vez uma página em branco. Ela era apenas isso: uma página em branco. Cheia de possibilidades. Era tanto que a folha pirou. Ela não sabia o que escolher!

Tentou desenhar-se num leão. Aquela criatura imponente, majestosa e incrivelmente bela registrada em grafite no seu corpo. Mas cansou-se de assustar às pessoas com sua agressividade. Apagou-se para conhecer novos horizontes. Mas com a força com que pressionou o papel, além de quebrar a ponta do lápis, o leão estava para sempre marcado.

Então, com uma caneta, desenhou-se num lindo retrato de um casal. Sua paz e serenidade transbordava para todos os lados. Mal se via o leão, diante da beleza e da alegria daqueles dois. E ali ficou, paciente, recolhida.

Um belo dia, decidiu mudar. O casamento estava ali, a tinta estava seca. Mas a folha ainda podia se dobrar e ser o que quisesse. Virou um avião e voou os seis continentes, sete mares, oito ou oitenta e as nove vidas do gato. Os dois viveram tudo o que tinham para viver.

Mas o trágico aconteceu. O avião foi pego, amassado, jogado fora. Virou lixo. Foi para a reciclagem.

Era uma vez uma página em branco. Poderia virar um avião, um barco, um chapéu. Ou talvez uma carta, um desenho, um retrato. Podia ser tudo o que quisesse.

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E agora estou de volta. Desculpem a ausência. Realmente tem sido difícil atualizar. Cidade nova, vida nova, tudo novo. Só o amor que mantém o mesmo. E nem tenho o que reclamar disso. Só a agradecer. São tempos de muita felicidade.

Neste retorno, optei por um pouco de poesia. Em forma de prosa mesmo. Não vou fazer isso muito frequentemente, pois não é a proposta do blog, mas de vez em quando venho fazer uma surpresa dessas.

Ósculos, amplexos e até a próxima!